sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Clarice cronista.

Hoje li e reli minha crônica favorita da autora, As Três Experiências. Sinto que há uma diferença entre a Clarice cronista e a Clarice, digamos, romancista. Meu coração bate mais quando leio suas crônicas, consigo ouvir sua voz a cada palavra lida. É como se ela estivesse ao meu lado, me revelando um pouco mais de si. Mas, quando leio seus romances, me sinto, mais precisamente, na pele de cada um dos personagens.
Ao ler a citada crônica no livro Clarice Lispector - cronicas para jovens; de escrita e vida organizado por Pedro Karp Vasquez, me arrebatou um trecho lindo:

"[...] Só peço uma coisa: na hora de morrer eu queria ter uma pessoa amada por mim ao meu lado para me segurar a mão. Então não terei medo, e estarei acompanhada quando atravessar a grande passagem. Eu queria que houvesse encarnação: que eu renascesse depois de morta e desse a minha alma viva para uma pessoa nova. Eu queria, no entanto, um aviso. Se é verdade que existe uma reencarnação, a vida que levo agora não é propriamente minha: uma alma me foi dada ao corpo. Eu quero renascer sempre. E na próxima encarnação vou ler meus livros como uma leitora comum e interessada, e não saberei que nesta encarnação fui eu que os escrevi."

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