Eu penso, eu falo, eu suspiro.
Leio Clarice e entro na dimensão de uma profunda descoberta de mim mesma, que está refletida nela. Ou é ela que está refletida intensamente em mim, de maneira que eu me veja e mergulhe nessa dimensão? - Não sei!
Ela faz com que eu me sinta única, mesmo sabendo que a minhas sensações são universais. Não estou sozinha na solidão que me é íntima e presa em mim.
Sou unicamente igual a todos e isoladamente rodeada de amores.
"Dar a mão a alguém sempre foi o que esperei da alegria. Muitas vezes antes de adormecer - nessa pequena luta por não perder a consciência e entrar no mundo maior - muitas vezes, antes de ter a coragem de ir para a grandeza do sono, finjo que alguém está me dando a mão e então eu vou, vou para a enorme ausência de forma que é o sono. E quando mesmo assim não tenho coragem, então eu sonho."
Clarice Lispector em A Paixão Segundo G.H.
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